Por Diego Jucá e Débora Costa – Porto Alegre – RS
Quando estamos nos referindo a maus desenhos, estamos falando de todos os elementos que interagem no seu processo projetual, pois tanto os fabricantes quanto os Desenhadores/designers consciente de seu trabalho, projetam levando em consideração o futuro do meio ambiente conscientes que este requer suportes materiais. O surgimento de novos produtos no mercado e o aperfeiçoamento dos existentes compõem o chamado desenvolvimento de produto, e este, qualquer que seja, requer proteção para chegar à casa do consumidor. Logo, considera-se o desenvolvimento da embalagem vital para atender esse objetivo.
Em geral, todos os produtos vendidos são embalados, seja na sua forma final, seja nas fases intermediárias de fabricação e transporte. A embalagem contribui tanto para a diminuição das perdas de produtos primários, quanto para a preservação e distribuição de produtos industrializados. MOURA & BANZATO (1990) descrevem que a embalagem é essencial para a manutenção do padrão de vida do homem. Apresentam uma ampla variedade de formas, modelos e materiais, exibindo-se de diversas maneiras, proporcionando benefícios que justificam a sua existência.
Com toda essa nova e tendenciosa prática de produtos disfarçados de ecológicos, é que questionamos, como se pode organizar tal produção com o objetivo de reduzir drasticamente o consumo de recursos e a produção de resíduos e lixos nos dias de hoje quando o que é colocado em prática são embalagens sem os devidos conhecimentos baseados num sistema complexo de materiais, funções, formas e processos de engenharia, mercadologia, comunicação, legislação e economia?
Esta mais do que na hora de mostrar que desenho de embalagem é um assunto sério no qual as novas gerações de desenhadores deveriam por obrigação estudar melhor os materiais, funções, formas e processos de engenharia, mercadologia, comunicação, legislação e economia compreendendo melhor a complexidade dos problemas ambientais causados pelo abuso de produtos com materiais nobres e poluentes descartados de imediato por embalagens deficientes e mal concebidas e a dimensão das mudanças que elas requerem através de um longo processo de “aprendizagem” que envolva todo o ciclo de produção incluindo o usuário.
Um bom desenhador deve e pode questionar com os fabricantes e comerciantes a utilização de materiais que poderiam ser evitados ou substituídos para que a produção de resíduos e lixos seja mínima ou até nula.
A nossa profissão de Desenhistas Industriais ou Designers tem a nobre missão de contribuir para uma evolução cultural e influenciando a sociedade nas escolhas de produtos através da qualidade de nossos desenhos.
Pesquisa apresentada no Salão de Inciação Cientifica UFRGS e UNIRITTER 2010
Na realidade meu comentário é uma pergunta.
A embalagem que ilustra o texto (Kraft/Royal, desenhada pelo Narita) é um exemplo de mau desenho perpetuado? Se sim, poderias explicitar claramente as relações entre a embalagem postada e os discurso do artigo?
O link do portal da Propaganda não me levou até o assunto, fiquei curioso sobre o artigo e sobre a pesquisa da Uniritter.
Abraços cordiais,
Mário!
Realmente aquela imagem foi um descuido, certa vez foi trocado o link da imagem e automaticamente deve ter substituiu a original. Acabei de atualizar corrigindo este erro, porque realmente aquela imagem da Royal ficou meio fora de contexto com o artigo rss. Quanto à pesquisa, ela foi apresentada pela Débora Costa este mês na UFRGS e será apresentada também próxima semana na Uniritter. Foi um tema difícil de trabalhar e ao mesmo tempo muito polêmico, pois para chegar a conclusões quanto ao mau design às fontes de pesquisa eram raras e a pesquisa qualitativa nos levou a inúmeras interpretações sobre o tema.
Ficaria feliz se pudesse dedicar um pouquinho do seu tempo e formatar um texto falando sobre o mau design para colocarmos no blog!
Muito obrigado pela participação no blog do Grupo Desenhantes.
Abraço
Diego Jucá